quinta-feira, 24 de maio de 2007

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Primeira reunião do mochilão.

Em fevereiro, de férias ainda, marcamos de começar a planejar nossa viagem.
Esse mapa tosquíssimo cheio de setinhas e bolinhas era a minha idéia de organização essencial. Enquanto todos discutiam sobre que lugares visitar, eu ia traçando possíveis rotas no mapa e delineando as principais cidades. Quando chegamos a um (quase) consenso, salvamos o mapa e a reunião acabou!!!
Vamos beber??
huahauhauhauahaua
Ridículo, eu sei. Mas ainda faltava mais de um ano e nenhum de nós tinha feito um mochilão na vida. Não fazíamos idéia do nível de planejamento necessário a uma viagem dessa.

terça-feira, 22 de maio de 2007

26

Tudo começou numa pré-night em Niterói.
Enquanto nos embebedávamos de cerveja na sala de seu apartamento, Victor anunciou que iria mochilar na Europa e convidou os presentes a acompanhá-lo.
Boa sorte!
Foi a única frase que me ocorreu na hora.
Europa, para mim, era o além-mar. Inatingível. Uma terra de fantasia reservada apenas para os bem-nascidos filhos de melhor-nascidos-ainda.
Não para mim, filha de funcionários públicos, para cujo presente de 15 anos sequer cogitou-se a clássica Disney.
Durante a pré-night que acabou se tornando night e pós-night, conversamos bastante a respeito. Eu queria saber tudo daquela intrépida aventura. Ouvia no fundo com uma certa inveja. Quando eu ia ter condições de fazer algo assim?


Passamos pelo roteiro, hospedagem, atrações. Até chegarmos ao ponto: dinheiro. Victor disse na lata:
Contando tudo, uns 8 mil reais.
Engasguei. 8 mil era um valor estratosférico para quem ganhava 240 mensais no estágio.
E quando você vai?
Meio do ano que vem, pra dar tempo de juntar a grana.
Tempo.
Grana.
Comecei a fazer as contas. Era janeiro. 18 meses até a viagem. 4320 reais, sem gastar um tostão do meu salário (hmm... ajuda de custo é mais apropriado). Mais milzinhos que eu havia suado para juntar nos meus 18 anos de vida, deixando de comprar pipoca no cinema e usando uniforme do colégio pra ir à praia sem pagar passagem. Mais uma ajudinha do papai e da mamãe...
Sorrateira, tímida, a esperança apareceu, e comecei a me animar. Decidi ao menos tentar. Na pior das hipóteses, dali a 18 meses eu teria uma bela economia.
17 meses se passaram e aqui estou: passagens compradas, albergues reservados, contando os dias para 18 de junho!